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ATUALIZADO EM 26.06.2005

Union des Transports Aériens de Guinée - UTA

Foto: Autor Desconhecido
O 727-223 Advanced de prefixo 3X-GDM ainda nas cores básicas da American Airlines, mas com títulos e prefixo da UTA

Em uma tarde quente de Natal, o Boeing 727-223 Advanced prefixo 3X-GDM da Union des Transports Aériens de Guinée (UTA), alinhou-se para decolagem na pista 24 do aeroporto de Cotonou, no Benin. Com 161 pessoas em seu interior (154 passageiros e 7 tripulantes), a aeronave, equipada com motores JT8D-9 HK3 iniciou sua corrida rumo a um destino indesejado: a praia, aproximadamente 500 metros depois da cabeceira da pista. Este acidente deixou um saldo de 139 mortos. Testemunhas afirmam que o Boeing 727 decolou, mas não chegou a subir mais do que dois ou três metros de altura. Com os trens ainda baixados, atingiu com a parte traseira uma instalação de rádio do aeroporto (ILS) próxima da pista, alinhada com seu eixo central, deixando ferida uma pessoa que estava no prédio, que ficou semi-demolido. A aeronave voou um pouco mais pegando fogo e, em seguida, caiu sobre a cerca do aeroporto e parou na praia, desintegrando-se e deixando parte da sua fuselagem na água (mais ou menos a 100 metros da costa) e parte nas areias.



A televisão do Benin mostrou imagens da fuselagem e uma testemunha disse à agência de notícias Reuters que viu mais de 30 corpos enfileirados próximo de onde o avião caiu. A companhia UTA opera vôos charter entre o Líbano, países da África e os Emirados Árabes Unidos. Uma fonte do governo do Benin disse que nas primeiras horas após a queda, já tinham sido contabilizadas pelo menos 82 vítimas. Muitas pessoas e até mesmo jornais e tv's da região divulgaram que o Boeing 727 "certamente, estava com sobrecarga". Outras disseram que a aeronave "teve problemas em terra antes de decolar", citando uma importante fonte aeronáutica anônima. Esta mesma hipótese foi levantada pelo Ministro das Relações Exteriores do Líbano, Jean Obeid, na volta ao seu país. o jornal Hindustan Times, citando uma fonte da Associated Press do Líbano, disse que um dos sobreviventes, um garoto de 14 anos chamado Abdelrahman, informou que ele estava sentado no corredor, porque o avião estava com todas as poltronas lotadas e que havia mais gente no corredor, como ele. Ainda segundo esta fonte da Associated Press, o Boeing 727 já havia tentado uma primeira decolagem, abortada.



O vôo iniciou-se em Conakri, capital da Guiné e fez uma escala em Freetown, na Serra Leoa. Algumas fontes disseram que a aeronave poderia estar levando 253 pessoas ao invés das 161 informadas, o que não era verdade. Porém, a empresa tem uma má-fama na região, e a Reuters informou que o governo do Líbano recusou-se a conceder licença de funcionamento à companhia aérea UTA quando esta quis instalar-se em seu território, porque a empresa "não preenchia as condições técnicas", segundo ressaltou na quinta-feira, 25 de dezembro, o ministro libanês dos Transportes, Najib Mikati, citado pela agência oficial de notícias do país, a ANI. "Como todas as outras companhias, entretanto, ela teve acesso ao aeroporto de Beirute, aproveitando-se da política de céu aberto", acrescentou. A companhia UTA, registrada na Guiné, pertence a imigrantes libaneses, um dos quais estava no aparelho no momento da queda. A UTA Opera com dois Boeing's 727-223 Advanced (ex-American Airlines) nas ligações entre Conakri, Freetown, Cotonou, Beirute e Dubai.



22 pessoas foram encontradas com vida no local do acidente. As buscas continuaram por toda a sexta-feira, apenas pelos corpos dos desaparecidos, pois já não se tinha mais esperanças no encontro de sobreviventes. Ao final da tarde do dia 26, o que sobrou da aeronave foi retirada da água e mais corpos foram encontrados. Os parentes das vítimas estão sendo levados para um hospital próximo do local, onde fazem o reconhecimento em um caminhão refriferado que está servindo de necrotério, já que o do hospital não possui capacidade para acomodar todas as vítimas. Os sobreviventes, todos eles da parte traseira da aeronave (com exceção do co-piloto líbio) dizem que no momento da queda houve muitos gritos e só se lembram, depois, do barulho e da explosão. Um deles, Khodor Farhat, disse que logo que saíram do chão, o avião sacudiu e bateu, fazendo com que as pessoas voassem dentro da cabine. Ele perdeu os sentidos por alguns instantes, mas acordou na água e nadou alguns metros até a praia, sendo ajudado pelas pessoas que chegavam e levado até o hospital. Outro, Hamza Hamoud, de 28 anos, disse que ele e mais nove amigos estavam brincando e rindo quando o avião iniciou a decolagem. Ele afirma que se lembra de uma batida e da sentir água em seu corpo. Foi o único sobrevivente em um grupo de dez pessoas. Uma das comissárias, Aminata Bangoura, também sobrevivente, disse que pouco depois da decolagem o avião bateu em algo a alta velocidade. Em meio aos gritos dos passageiros, ela afirma não ter podido nem mesmo orientar as pessoas "foi muito rápido", disse. Ela foi salva por dois homens em um bote. Dos sobreviventes, doze são libaneses, dois palestinos e um é sírio. Não se conhece a nacionalidade dos outros sete e o manifesto de vôo (lista dos passageiros a bordo) desapareceu.



Autoridades Libanesas em Benin divulgaram que 139 corpos foram recuperados. A aeronave levava em sua maioria libaneses, mas tinha também em seu interior, cidadãos de Benin, Guiné, Serra Leoa e até um contingente de 15 militares de Bangladesh, que retornavam do serviço na Força de Paz da ONU na Libéria e na Serra Leoa. Todos morreram no acidente. Porém, como a maioria era de libaneses, este país está muito envolvido na busca dos corpos e nas investigações. Na noite de quinta para sexta-feira (dia 25 para 26), grupos de barcos com mergulhadores libaneses procuravam mais corpos para envio ao seu país, sob a luz de holofotes, enquanto tratores puxavam os destroços (entre eles um motor do 727) para dar mais espaço às buscas. Até mesmo o homem responsável pelo fretamento da aeronave, também libanês, estava no avião com sua mulher e seu filho. Funcionários do aeroporto disseram que o Boeing 727 teve problemas para recolher o trem de pouso após sair da pista, o que fez a polícia local abrir inquérito para apurar os fatos. A polícia também está tendo trabalho para dispersar os curiosos, que começaram a querer levar peças do avião para vender. Os gravadores de vôo, conhecidos como caixas-pretas, já foram encontrados e estão sendo analisados.





Informações e imagens de várias fontes via Internet, veja créditos abaixo.


DADOS PRINCIPAIS


  • Data e hora: 25.12.2003 (Aproximadamente 14h15 GMT)
  • Lugar: Cotonou - Benin
  • Empresa: UTA - Union des Transports Aériens de Guinée
  • Vôo: GIH141 - De Cotonou para Beirute
  • Aeronave: Boeing 727-223 Advanced
  • Número de Série: 21089
  • Prefixo: 3X-GDM
  • Pessoas à bordo: 10 tripulantes e 151 passageiros = 161
  • Vítimas fatais: 08 tripulantes e 131 passageiros = 139 (22 sobreviventes)






DADOS ADICIONAIS


A pista do aeroporto de Cotonou, numerada 06/24, possui asfalto em seus 2.400 metros de extensão e 61 de área de escape após a pista, totalizando 8.078 pés. Segundo os dados da FAA, um Boeing 727 totalmente carregado, operando com motores JT8D-9, iguais aos do 3X-GDM e com ajuste de flaps 25, precisaria de 8.000 pés para decolar, em cálculo efetuado para as condições atmosféricas reinantes em Cotonou na hora do acidente (DBBB 251400Z 17006KT 130V210 8000 FEW015 BKN250 32/27 Q1009 NOSIG=).





O Boeing 727-223 Advanced acidentado foi originalmente da American Airlines, sendo o número 1.263 na linha de produção (Serial 21089). Seu primeiro vôo se deu em 04.05.77 e sua entrega ocorreu pouco mais de uma semana depois, em 13 de maio do mesmo ano, com o prefixo de N862AA. Operou na frota da empresa por 25 anos sem nenhum incidente grave e teve hushkits instalados, para atender às regras Stage III. No dia 03.02.2002 foi retirado de serviço pela American Airlines, sendo levado para o deserto de Mojave no dia seguinte, ocasião em que totalizava 67.663 horas de vôo, com 40.720 ciclos. Foi vendido em 20.02.2002 para o Wells Fargo Bank Northwest (WFBN) e transferido para a Pegasus, retornando para o WFBN em 31.01.2003. Teve reserva pela Ariana Afghan Airlines, mas esta reserva foi cancelada em 11.03.2003. Voltou a voar em testes no dia 25.06.2003 e três dias depois, em 28 de junho, foi trasladado para a África, sendo visto novamente em agosto, já com os títulos da Union des Transports Aériens de Guinée (UTA) aplicado sobre a fuselagem e o prefixo 3X-GDM, ainda ostentando o esquema básico da American Airlines, apenas com a faixa vermelha pintada de azul. A empresa realizava vôos de Conakri, Adidjan até Beirute, Líbano e possui ainda outro Boeing 727-223 Advanced (3X-GDO), Serial 21090 (que foi antes o N863AA).


Foto/Photo: Air Nikon
O 727-223 Advanced Serial 21089, ainda nas cores da American Airlines, visto pousando em Miami no dia 12 de fevereiro de 2001.


Foto/Photo: Ben Wang
O 727-223 Advanced Serial 21089 já retirado de serviço, visto em 07 de março de 2003 no deserto de Mojave.



Fontes: Aviation Safety Network e AirDisaster.Com, Reuters, Yahoo News, Associated Press e CNN



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