O 727-281 JA8337 da ANA visto em 1976 em Tokyo, com a mesma pintura utilizada pelo JA8329
Operando como vôo 58, este avião decolou do aeroporto de Chitose, em Hokkaido para uma viagem até Tokyo. A aeronave estava em pleno vôo de cruzeiro, a 28.000 pés (aproximadamente a 8.500 metros), no rumo 190 quando, de repente, colidiu com um caça F-86 Sabre da Força Aérea de Auto-Defesa do Japão (JASDF), código 92-7932. O acidente ocorreu sobre a Vila de Shizukuishi, 440 quilômetros ao Norte da capital. Ambas aeronaves caíram e todos os 162 pessoas ocupantes do Boeing 727 morreram, 155 passageiros e 7 tripulantes. Além disso uma mulher foi ferida no solo por destroços que caíram sobre sua casa. O caça estava sendo pilotado por um cadete de 22 anos, sem que este tivesse recebido instruções da altura ou rota de vôo de seu treinador pilotava outro F-86.
Pouco antes do acidente, o instrutor estava começando uma curva para a esquerda, sendo seguido pelo cadete, que vinha uns 1.000 metros atrás. O estudante estava concentrado em manter-se junto do lider, não prestando atenção ao tráfego. Ao avistar o Boeing, o instrutor ordenou que o cadete iniciasse uma ação evasiva, o que o F-86 do aluno tentou fazer dois segundos antes do impacto, sem sucesso. A tripulação do 727, segundo se supõe, pode ver os caças com mais antecedência, mas não iniciou nenhuma ação evasiva.
Quando os aviões se chocaram, a velocidade de ambos era bastante grande. O 727 voava a 900 km/h e o F-86 a 840 km/h, com o 727 nivelado e o caça em leve curva para a esquerda. O contato inicial foi da parte dianteira do estabilizador horizontal esquerdo do Boeing com a parte traseira do estabilizador horizontal esquerdo do caça e logo depois com a asa esquerda deste. Após este contato inicial, o caça virou-se para o Boeing e chocou-se totalmente com o estabilizador vertical do 727, perdendo a sua asa direita e danificando a estrutura do jato de passageiros. As duas aeronaves em seguida começaram sua queda, destruindo-se ainda no ar e espalhando seus destroços por uma larga área. O canopy do F-86 se quebrou e mesmo sem acionar o assento ejetor, o cadete conseguiu sair do caça e acionar seu paraquedas, descendo sem ferimentos em uma plantação de arroz.
O treinamento militar estava sendo conduzido em uma área relativamente pequena, a grande altitude e sob regras visuais (VFR), o que tornou impossível se determinar a exata posição dos aviões militares na hora do acidente. O instrutor não sabia que havia saído da área delimitada de treino e ido para uma das aerovias que cortam a região, mesmo com tempo bom, como no dia do acidente. Ambos os pilotos militares foram depois julgados e condenados por homicídio involuntário, sendo sentenciados a prisão. A JASDF ficou bastante abalada com o acidente e seu comandante renunciou, assumindo total responsabilidade pelo fato. Diversas atitudes foram tomadas pelo governo do Japão após este desastre, entre elas a mudança dos treinamentos da JASDF para o mar, longe das rotas comerciais.