TAME - LINEA AEREA DEL ECUADOR |
O Boeing 727-200 HC-BSU nas cores da TAME, visto em Guaiaquil, no dia 14 de setembro de 1997.
As 53 pessoas (43 passageiros e dez tripulantes - há divergências em relação ao total de passageiros) que estavam a bordo do Boeing 727-200 fretado pela companhia Air France morreram quando a aeronave se chocou sob tempo ruim, contra uma montanha na Colômbia. O avião, que pertencia à companhia Transportes Aéreos Militares do Equador (TAME) e ia de Bogotá a Quito, explodiu logo após o impacto.
O acidente ocorreu na montanha El Cable, que há décadas tem sido o cenário de desastres
aéreos (o primeiro foi em 27 de agosto de 1973, com um Electra L-188A, prefixo HK-777 da Aerovias Condor).
Os maiores destroços do HC-BSU encontrados pelas equipes de resgate
Os membros das equipes de socorro disseram que era possível apenas encontrar partes de corpos calcinados perto do lugar do acidente (só 4 corpos foram resgatados inteiros). Antes de escurecer já tinha sido encontrada a "caixa-preta" do Boeing, que foi enviada para os Estados Unidos. Os jornalistas que foram a El Cable, no lado oriental de Bogotá, disseram que as condições meteorológicas não eram boas: devido ao mau tempo, a visibilidade estava prejudicada. Afirmou-se que o avião estava em boas condições, sendo o aparelho freqüentemente usado pelo presidente do Equador, Fabián Alarcon, em viagens, que o havia levado até a Cúpula das Américas, no Chile, apenas três dias antes.
O acidente ocorreu três minutos depois da decolagem (às 16h47m, pelo horário local, 19h47 no Brasil) do
aeroporto de Bogotá. A maior parte dos passageiros estava indo de Paris a Quito. A
primeira parte da viagem (Paris-Bogotá) é feita com um avião próprio da Air France, que em
seguida aluga uma aeronave da TAME para continuar a viagem até Quito.
Segundo o general Alfredo Salgado Méndez, comandante de operações da polícia
colombiana, a montanha de El Cable está quase sempre coberta de neve. O gerente da
TAME para a Colômbia, Franco Emilio Erazo, disse que o avião fazia três vôos semanais no
trajeto Quito-Bogotá-Quito. Segundo ele, a tripulação era composta por ex-membros da Força Aérea do Equador e o Comandante do 727, Jaime Vascónez era experiente. Ao todo, 10 tripulantes estavam no Boeing.
- Eu estava olhando para a montanha e vi quando o avião se chocou contra o cume da
montanha, girou e segundos depois houve a explosão que o quebrou em três pedaços - contou Yesid González, que trabalha numa rádio que tem uma torre de transmissão na montanha de El Cable. Um professor de uma escola perto do local do acidente disse que até algum tempo após a colisão do 727 com a montanha, era possível ver metais, cinzas e papéis queimados caindo no pátio da escola, entre eles um plano de vôo em francês.
A montanha é despovoada e muitas rádios e redes de TV têm antenas de transmissão no
lugar, a cerca de quatro quilômetros do Centro de Bogotá. De acordo com integrantes das
equipes de socorro, o avião se dividiu em três partes e havia pedaços espalhados num raio
de dois quilômetros na montanha. Os maiores pedaços tinham dois metros de cumprimento.
Dionisio Sosa, controlador de vôo do aeroporto El Dorado disse que o avião deveria ter efetuado uma curva de 90º para o lado direito, logo após a decolagem, procedimento normal no local, mas sem que nenhum dos tripulantes indicasse alguma anormalidade, o 727 continuou em linha reta por três quilômetros, atingindo a montanha. Ele disse que não conseguiram contato de radar com o avião após a decolagem e o chamaram pelo rádio, obtendo como resposta apenas o co-piloto Carlos Cadena dando o código de identificação do vôo "Air France 422". Testemunhas pertencentes a Força Aérea da Colômbia afirmaram que o 727 estaria aproximadamente a 170 milhas por hora no momento do impacto e tinha um barulho forte e anormal nos motores. Algumas pessoas disseram que, logo antes da colisão, o Boeing começou uma curva para a esquerda, tentando desviar da montanha, mas tarde demais.
O acidente pode ter ocorrido por falha dos pilotos, já que, segundo o especialista em controle aéreo Augusto Escobar, o avião estava voando muito baixo numa área em que isso não poderia ocorrer. Voluntários da Cruz Vermelha foram enviados ao local, que foi cercado para evitar que saqueadores se aproximassem, mas pelo menos duas pessoas foram presas nas primeiras horas após o acidente, saqueando o local.
Destroços do 727 da TAME