A aeronave estava realizando um vôo entre Brasília e Salvador com 112 pessoas. Era um sábado e às 19h30, na chegada ao destino, foi efetuado um pouso duro (hard landing) pelo co-piloto, que estava em instrução. Durante o taxi houve, em virtude de um vazamento do fluído hidráulico, endurecimento do controle do trem de pouso do nariz e, ao perceber a situação, o comandante interrompeu o taxi, solicitando auxílio de solo. Examinando os dados existentes, verificou-se que o acidente restringiu-se apenas à quebra, por ocasião do pouso, de um munhão de fixação do trem de pouso principal direito da aeronave, com rompimento das tubulações hidráulicas adjacentes e, conseqüentemente, vazamento de todo fluído hidráulico de ambos os sistemas. A peça fraturada foi submetida a um estudo fratográfico, o qual definiu que a fratura teve origem em cerca de cinco pontos localizados na superfície do munhão de fixação e articulação da perna do trem, próximo ao bordo da região cromada, onde apresentava as seguintes características: ausência de pintura protetora e do revestimento cádmio e existência de corrosão, acarretando uma rugosidade superficial pronunciada.

A partir do seu início, a fratura se apresentava lisa (cerca de 4mm a partir da superfície) o que caracterizava a existência de uma trinca causada por corrosão ou fadiga, anterior ao acidente. Embora a informação do comandante da aeronave e o FDR (caixa-preta) indicarem que a carga imposta ao trem de pouso foi inferior aos limites homologados, havia indicação, no restante da estrutura, de que o pouso foi excepcionalmente severo. Por outro lado conclui-se que não ocorreria a fratura, se a trinca inicial não existisse ou se tivesse sido detectada antes do pouso brusco. O trem de pouso principal direito e sistema hidráulico sofreram avarias graves e o flap direito sofreu um pequeno dano. Seguindo as ordens técnicas do fabricante, foi ordenada a inspeção de toda a frota de 727 operando no Brasil, visando detectar falhas semelhantes.