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ATUALIZADO EM 26.06.2005

VARIG

Um incêndio ocorrido em um dos hangares da Varig, no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, na noite de sexta-feira dia sete de julho de 1999, deixou vários funcionários da Varig feridos. Eram eles: Carlos Reinaldo Carvalho da Silva e Fabiano Martins Ramos, que foram internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), do setor de Queimados do Hospital de Pronto-Socorro (HPS), na capital gaúcha. Uma terceira vítima do acidente, Leandro Wolf da Silva, foi internada no mesmo hospital em situação descrita como "grave". Além dos três funcionários levados ao HPS, mais uma vítima esteve no Hospital Cristo Redentor, naquela noite. O acidente, segundo informações prestadas pela empresa, ocorreu às 21h30 de anteontem, quando era feita a limpeza do compartimento de cargas de um avião dos Boeing 727 da empresa, o PP-VLD, estacionado no interior do hangar 4. Um grupo de 15 pessoas trabalhava dentro e nas imediações do avião. Segundo o engenheiro Alexandre Marinksek, da Varig, ouvido pelo jornal, "Os funcionários estavam fazendo a limpeza do porão e preparando o Boeing para a manutenção". Marinksek descreveu o episódio como "um acidente de trabalho" provocado por um "princípio de incêndio" no porão. Ele acreditava que as vítimas mais graves devem ter tido dificuldade para sair do porão, onde apareceu o fogo. As chamas não duraram mais do que "uns cinco minutos", segundo Marinksek, sendo logo dominadas. "A empresa abriu uma sindicância para apurar o que realmente aconteceu", comentou. A equipe de perícia da polícia gaúcha examinou o Boeing, mas até hoje não se sabe o resultado da perícia.


O INCIDENTE


O avião estava em manutenção no CEMAN de Porto Alegre, dentro do hangar quatro e sete mecânicos trabalhavam diretamente na aeronave no momento do acidente, realizando entre outros trabalhos, a limpeza do porão de carga traseiro direito (vide foto acima). A limpeza utilizava um produto líquido, altamente volátil e inflamável. A cena no momento do acidente era de dois dos mecânicos dentro do porão realizando a limpeza e os demais prestando acessoria ao redor do PP-VLD. O vasilhame do produto estava dentro do porão e o mesmo era aplicado com o auxílio de estopas no chão da aeronave. Para iluminar o local mais adequadamente foi colocada uma luz no chão do hangar voltada para cima e que, segundo algumas fontes, foi diretamente a causa da explosão. Cada vez que uma estopa ficava saturada e suja era trocada por outra, sendo a que estava sendo usada, jogada no chão do hangar. Em dado momento, uma das estopas embebida no produto de limpeza caiu sobre a lâmpada quente e acabou sendo o ignitor da explosão. Foi uma reação em cadeia, ou seja, esta explosão acionou o restante das estopas sujas no chão e os gases emanados do produto que estavam no ar, extendendo-se até o porão e resultando em uma maior explosão, seguida de incêndio.


Foto: Sérgio Gonçalves
Porão traseiro direito do PP-SFE (727-200), similar ao do PP-VLD. Esta foto mostra a área onde estavam os dois mecânicos-estagiários no dia do acidente.


O local apertado, juntamente com os gases acumulados (mais o vasilhame do produto) fizeram do porão uma bomba. Há versões afirmando que, dos sete mecânicos, três morreram, mas a versão oficial é de que houve apenas uma morte. A maioria dos que trabalhavam no PP-VLD, não era funcionários da Varig, mas estagiários de mecânica. O princípio de incêndio foi controlado basicamente pela brigada de contra incêncio da própria empresa e os Bombeiros da Polícia Militar foram impedidos de entrarem nas dependências da Varig quando chegaram no portão. Houve negociação e, depois de algum tempo e quando a situação já estava sob relativo controle, entraram no hangar quatro. Não exites fotos públicas do acidente, pois a imprensa não teve acesso ao local.

O avião foi pouco danificado, sofrendo apenas danos no porão e no trem principal direito devido a ação do fogo. Voltou a operar uma semana depois nas rotas da Varig. Segundo um laudo enviado ao COMAR, o acidente poderia ter sido bem mais trágico pois se a explosão tivesse atingido algum ponto de combustível da aeronave e talvez, neste caso, um incêndio que destruisse o hangar. Segundo este mesmo laudo, houve falha da Varig, pois os fucionários estavam fazendo hora extra e lidando com produtos perigosos, além de não estavam com materiais de segurança adequados. Comenta-se ainda que este tipo de limpeza não deveria ser feita no período noturno, devido a deficiência de iluminação e nem mesmo dentro de hangar como aquele, que não possui extastão adequada.

Sobre a não liberação imediata do local para os Bombeiros da Polícia Militar, têm-se informes de que, imediatamente após a explosão, os mecânicos da Varig tentaram controlar a situação acionando tão somente a brigada de incêndio da própria empresa. Ao constatarem a gravidade da situação acionaram o SAMU (sistema de socorro público de Porto Alegre) e os bombeiros da vila Floresta (guarnição distante no mínimo uns 5 Km do local do acidente). Entretanto, o Plano de Emergência Local da Varig prevê que em qualquer incidente ocorrido em suas instalações, deve ser imediatamente informada a Infraero, que possui meios adequados de contato direto com os vários órgãos de atendimento a emergência, quer seja, Polícia Militar, Hospital de Pronto Socorro, SAMU, Hospital da Aeronáutica e etc, além da seção de Contra-Incêndio do Aeroporto. Por não haver mais fogo (o líquido por ser altamente volátil fez com que o fogo logo se extinguisse), os funcionários no local pensaram não haver grande necessidade de acionar os bombeiros do aeroporto, que ficam há aproximadamente 1.000 metros do local do incidente, em área totalmente livre de tráfego de veículos.

Porém, um vigilante da Infraero percebeu a explosão e acionou o Centro de Operações, mas em virtude de não existir qualquer indício de fumaça no local após alguns minutos, foi evitado o acionamento imediato dos bombeiros, não sem antes que fosse deslcoado outro empregado para averiguar a situação. Os bombeiros urbanos que chegaram nesta hora, foram "barrados" no portão de acesso ao aeroporto pelo simples fato de que até o momento de sua chegada, não havia nenhum acionamento por parte da Varig sobre sua necessidade seuqre dos bombeiros do aeroporto, quanto mais dos bombeiros urbanos. Para os portões do aeroporto, nada de anormal transcorria nas instalações da empresa e, após negociação com a supervisão do aeroporto e a constatação da real situação, foi autorizado o pleno acesso destes ao local.


Informações do jornal "O Estado de São Paulo" (11.07.1999)
e colaboração de várias fontes da Lista Aerohobby


DADOS PRINCIPAIS


  • Data e hora: 09.07.99 (21.15h)
  • Lugar: Porto Alegre - Brasil
  • Empresa: Varig
  • Vôo: ---
  • Aeronave: Boeing 727-41F
  • Número de Série: 20425
  • Prefixo: PP-VLD
  • Pessoas à bordo: 00 tripulantes = 00
  • Vítimas fatais: 00 tripulantes = 00 + 01 funcionário da empresa





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