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Tropical

Última Atualização: 10.12.2006

A empresa TCA, ligada à família do ex-governador do Acre, Orleir Cameli, não chegou a operar comercialmente. A única aeronave 727 que trouxe ao Brasil (N580CR), pertencia à companhia de leasing norte-americana IAL Aircraft Holding Inc. Era um Boeing 727-247, com capacidade para 172 passageiros e valor estimado em US$ 10 milhões que foi autuado pela Receita em agosto de 1995 no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), com contrabando de computadores e outros equipamentos eletrônicos. Dois anos depois, a própria Receita Federal decidiu pela devolução do aparelho, que já estava incorporado à frota da Força Aérea. À época da devolução, havia decisão judicial em primeira instância favorável à tomada da aeronave pelo governo brasileiro. Porém, o governo brasileiro cedeu a pressões da Embaixada dos Estados Unidos e devolveu a empresa norte-americana o avião, apreendido por ter entrado ilegalmente no país. A correspondência trocada na época pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Melvin Levitsky, com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, evidencivam as pressões norte-americanas. Em março de 1997, o embaixador Levitsky argumentou que a devolução do avião "constituiria uma contribuição positiva para as relações comerciais entre os dois países". O jornal Folha de São Paulo apurou que o governo dos Estados Unidos informou que o relacionamento entre companhias de leasing norte-americanas e brasileiras ficaria sob risco, caso o 727-247 não fosse devolvido à IAL. O governo brasileiro, com receio que a IAL acionasse a União em tribunais internacionais pedindo ressarcimento pela perda do bem e lucros cessantes, achou por bem devolver a aeronave. O principal argumento da defesa era que a companhia norte-americana não tinha responsabilidade nos crimes cometidos pela empresa brasileira que alugou o avião.

Além do contrabando, o avião da Tropical tinha sido usado em outras irregularidades. A autuação de 25 de agosto de 1995 foi a segunda em dois dias. O avião havia perdido a licença para voar no Brasil, foi à Miami e voltou ao país com um prefixo modificado.O tráfego do avião também foi irregular. Tinha um plano de vôo para voar de Miami até Manaus, mas desceu em Guarulhos. Depois da apreensão, a IAL pediu à TCA que pressionasse a Receita Federal. O governador Orleir Cameli (que ficou conhecido por ter pelo menos três CPF's) foi pessoalmente ao gabinete de Everardo Maciel para pedir a liberação do avião. A resposta do secretário da Receita foi direta e curta: "Lamento, governador, mas vai ficar". Com a Embaixada dos Estados Unidos, o relacionamento foi diferente. Entre 1995 e 1997, Everardo manteve o embaixador Levitsky informado, por correspondência, de todos os passos do processo administrativo do recurso da empresa norte-americana.

A vitória da IAL só foi possível graças a uma mudança de posição da Aeronáutica. Em 1995, a Força Aérea aceitou a aeronave.Mas, em abril de 1997, depois de receber gestões dos advogados da IAL, comunicou que não se interessava mais pelo aparelho. Alegou que a manutenção implicava em muitos gastos. A Aeronáutica gastava R$ 990 por dia na manutenção do avião apreendido. Para efeito de comparação: a manutenção do Boeing presidencial 707 (o "sucatão") custa R$ 1.650 diários. Feitas as contas, a Força Aérea dispensou um avião de US$ 10 milhões para evitar o gasto de R$ 361.350,00 por ano. A devolução do avião resultou em um acordo entre governo e IAL. A Receita exigiu que a empresa desistisse o recurso que tramitava em segunda instância, no Tribunal Regional Federal. A FAB abriu mão do avião em troca do ressarcimento pelos gastos realizados em manutenção do Boeing. O processo foi retirado e a FAB recebeu R$ 210 mil. E o avião, visto abaixo ainda em São Paulo, valendo US$ 10 milhões na época, retornou aos EUA no dia 31 de outubro de 1997. Desde 2003, voa na Jatayu Airlines da Malásia como PK-JGT.



Prefixo
Serial/Line #
Modelo
Entrega
Observações
PP-AIU | N580CR
20580 (0889)
727-247(A)
13/06/72
Devolvida EUA


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