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PÁGINA ATUALIZADA EM 10.12.2006

Uma empresa iniciada em 1907 e com um capital de apenas 100 dólares é hoje uma empresa que fatura mais de 31 bilhões ao ano no ramo de entrega de encomendas. Esta é a UPS, nome abreviado da United Parcel Service, fundada por Jim Casey e seu irmão com o nome de The American Messenger Company. Até os anos 70, a companhia teve apenas aviões arrendados. Em 1978, com a desregulamentação do setor aéreo nos EUA, que a empresa passou a adquirir aviões próprios, pintando-os em seu marrom característico. Os escolhidos foram o Boeing 727 para rotas curtas e médias e o DC-8 para rotas longas e com maior necessidade de volume transportado.

O hub da empresa encontra-se na cidade de Louisville, próxima de Seattle. Segundo a empresa, são duas as razões desta escolha: a primeira, é que o local permite acesso aéreo fácil ao país e segundo, porque o aeroporto praticamente nunca fecha por condições metereológicas. Consta que a empresa manipula diariamente 1.3 milhões de encomendas em Lousiville. Entre as 22h00 e as 02h00, a empresa registra um movimento de um pouso ou decolagem a cada 4 minutos, para atender um dos 390 aeroportos dos EUA ou um dos 219 aeroportos do exterior onde a empresa opera.

Se a empresa sempre foi bem sucedida no transporte de carga, o que pouca gente sabe é que, de 1997 em diante, até 2001, utilizando-se para tanto de oito de suas aeronaves 727 do modelo QC (Quick Change). Estas aeronaves ainda possuiam as janelas e seus interiores podiam receber em pouco tempo (aproximadamente três horas), as modificações necessárias para o transporte de passageiros. Era um bom negócio para a empresa, pois nos finais de semana, as aeronaves ficam normalmente paralisadas. Dessa forma, surgiu a idéia de operar vôos charter para as Bahamas e Puerto Plata, no Mexico. E não era só a empresa que gostava do resultado não: os passageiros também achavam o serviço oferecido igual ou até mesmo superior aos das empresas low-fare concorrentes.

Atendentes de vôo como Walt Marek informaram que os passageiros sempre demonstraram sua surpresa ao ver o interior normal de um avião de passageiros nos 727 e alguns chegavam a perguntar se teriam de separar correspondência em vôos da empresa. Brincadeiras a parte, os 727 da UPS tinham 113 lugares e mais espaço do que os aviões das empresas low-fare. Em média, os assentos eram de 1 a 3 polegadas mais espaçados, o que é uma agradável diferença. As tripluações de vôo e as passagens estavam a cargo de subcontratados. A empresa gastou cerca de 2.5 milhões de dólares para converter cada avião, adquirindo tudo aquilo que um dia eles já tiveram, ou seja, assentos, galleys (cozinhas), banheiros e compartimentos de bagagem, instalados conforme se vê abaixo.














Durante o primeiro ano, 1997, cerca de 50.000 passageiros voaram nos 727 modificados. No ano seguinte já foram 124.000 e em 2000, a média era de quase 10.000 passageiros ao mês. Porém, apesar de ter seus aviões sempre cheios e uma receita extra de quase 20 milhões de dólares com os vôos de passageiros, a empresa cessou as operações deste tipo em 2001 em função dos concorrentes estarem operando aeronaves maiores, o que exigiria maior investimento da UPS no setor para mantê-la competitiva. Como este não era o foco da empresa, a UPS desistiu e passou, novamente, a ser apenas uma empresa de transporte de encomendas.

Foram oito aeronaves que trabalharam com os vôos de passageiros pela UPS. Todas eram do modelo QC, ou Quick Change, ou seja, de rápida conversão entre o uso como aeronaves puramente cargueiras e de passageiros. Todas tinham a modificação de motor QF (Quiet Freighter) que instalou motores Rolls-Royce Tay nos 727 da UPS e cockpits modernizados. Foi, sem dúvida, uma operação curiosa e pouco conhecida, mais um dos pontos interessantes da incoparável história do Boeing 727.


Foto/Picture: Matthew Lee

Foto/Picture: Terry Hale

Foto/Picture: Howard Chaloner

Foto/Picture: clr2ind






Sérgio Ricardo