Última atualização: 22.03.2003

AIRFIX

Em 1982 a AIRFIX fez a felicidade dos modelistas e lançou o 727-200 nesta escala. Este kit continua atualmente no catálogo da empresa e é facilmente encontrado. Como medida de economia, o kit é o mesmo do 727-100 da empresa (hoje nâo mais disponível), apenas com nova fuselagem. Logo, todos os problemas do kit anterior continuam presentes neste e serão vistos adiante. O nariz continua com forma incorreta e o duto central de ar tem uma junção errada com o estabilizador vertical (como veremos com detalhes abaixo), mas o kit produz uma boa réplica do 727-200 para aqueles que não procuram total realismo. Durante estes quase vinte anos de produção, muitas versões foram lançadas pela empresa, entre elas aviões da American, Iberia, Air France e outros, além das inúmeras opções de decais avulsos, até mesmo fa FCM em nosso país. A versão atual, que data de 1987, tem o código 03183 e decais (não muito bons) para duas versões, uma da Pan Am (N364PA - Clipper Whistler), esquema "Billboard" e outra da Lufthansa (D-ABKC) na pintura anos 80 da empresa alemã. São 61 peças e um cumprimento de 32 cm com envergadura de 22 cm. Um dos problemas dos decais deste kit é que eles não possuem os frames das janelas, especialmente necessários na versão da Lufthansa. O kit traz, para esta versão, uma peça que permite furar o decal e abrir as janelas, algo extremamente ruim pois o decal tende a se partir e sair da fuselagem, danificando o acabamento.

O kit já foi moldado em plástico de várias cores e normalmente é branco ou cinza. O encaixe das peças é bom e os detalhes na fuselagem são em alto relevo, incluindo as portas. As antenas da fuselagem são muito grandes e devem ser removidas. A escada ventral pode ser montada na posição aberta, apesar de estar errada e totalmente sem detalhes. Os pneus tem forma errada e os dianteiros não possuem os "chin vanes". Há excesso de rebarbas no kit (que variam em função dos diferentes tipos de plástico utilizados ao decorrer destes quase 20 anos de fabricação) e prepare-se para lixar bem as peças. As janelas possuem forma correta e são vazadas, sem partes transparentes para uso. O cockpit é feito em uma única peça de plástico transparente, sem detalhes e as janelas superiores não estão presentes no kit. As portas de carga estão no lado correto da fuselagem e o kit tem o "tail bumper", sem muitos detalhes, mas que pode ser colado apenas na posição fechada ou aberta. Abaixo veja a caixa atual, suas instruções que incluem as de colocação dos decais nas duas versões, os decais e algumas peças do kit.

Além dos pequenos problemas já vistos, existem outros mais graves e estes vamos analisar com a ajuda de Jodie Peeler, que montou dois kits, um original e outro corrigido. Acima podem-se ver dois kits e o principal problema do modelo da Airfix. Repare que a entreda de ar do motor central no avião da National continua mesmo depois da base da deriva, formando uma protuberância ali como a existente no Trident, mas que o 727 não possui. Assim, o primeiro trabalho é lixar esta seção para corrigir e deixar seu modelo como o 727 da Eastern, visto atrás do avião da National. Muitos, como Jodie Peeler, optam por tirar o duto central e fazer um novo, na forma correta, para colocar no local. Outro problema está no radome da aeronave e repare na imagem abaixo dos dois aviões. O da Eastern tem o nariz na forma correta mas o da National mostra o problema do kit: a curvatura original está errada e é muito menos afilada que o correto. É preciso se substituir o radome (uma oção para isso é o radome do Boeing 707 em kit 1/144 da Revell) e depois, corrigir toda a seção frontal para adequá-la ao novo formato do nariz.

Se você pensa que acabou, está errado... Os pilones dos motores estão errados no kit, pois eles fazem com que os motores laterais fiquem ligeiramente voltados para a dentro, enquanto que no 727 real, os motores são praticamente paralelos a fuselagem. Para corrigir isso o mais fácil é criar novos suportes do motor ou, modificar os originais. As pontas das asas também merecem atenção e precisam ser corrigidas, uma vez que se curvam um mpouco antes do correto no kit original. Na imagem abaixo, veja como fica o 727 correto visto de cima.

Porém, se você não quer ter (muito) trabalho com este kit e tem dinheiro sobrando, adquira os acessórios da AEROPARTS UNLIMITED de Boyton Beach, Flórida. Eles corrigem todas as falhas do kit e seu set, em resina, contém asas com flaps na posição de decolagem e pontas de asa corretas, radome para substituir o original da AIRFIX e conjunto de cauda completo para substituição original.

A Airfix já produziu um kit do 727-100 nesta escala mas já há uns vinte anos ele é considerado uma raridade, pois em 1982 o modelo 727-200 sucedeu o anterior na linha AIRFIX nesta escala. O kit da era bem melhor que o da Revell em nível de detalhamento, com linhas em alto-relevo mas bem feitas, janelas abertas e com uma peça simulando o para-brisas. O kit incluia até mesmo as portas (de passageiros e carga) com opção de serem montadas abertas. O ponto fraco deste kit era uma pobre junção entre as peças, motivando um maior trabalho de acabamento e lixagem com a consequente danificação dos detalhes em alto relevo, que somem com muita facilidade. As asas do kit 727-100 da AIRFIX não correspondiam a forma verdadeira e a junção delas com a fuselagem era ruim. Eles optaram por dividí-la na metade e as superfícies de controle ficaram em uma só, mas como o molde (muito antigo) tinha defeitos, deixava um espaço grande entre elas e a asa. Para corrigir isto, o modelista tinha de utilizar bastante a lixa, obrigando-se a reescrever depois os painéis depois, incluindo os painéis ovais de inspeção. Os atuadores dos flaps também eram problemáticos, pois os dois pinos de encaixe deles não unim-se bem aos orifícios das asas, obrigando sua retirada. Era obrigatório colocá-los antes da pintura, uma vez que deviam receber massa e lixa. Veja abaixo um destes kits desmontado e com sua estrutura de peças visível.

A fuselagem da tinha incorreções nas formas da seção do nariz e no duto de ar central. Como era comum na época em que este kit foi desenvolvido, todas as portas de passageiros e carga eram separadas da fuselagem, motivo pelo qual não se moldam direito quando coladas. O para-brisas também era ruim e montá-lo corretamente no lugar era um trabalho difícil. O esqui anti-derrapante (tail bumper) e a escada de cauda podiam ser montados na posição baixada, mas a escada não possuia os suportes em trilhos com a fuselagem que existem no avião de verdade (como ocorre no kit do modelo 200 da empresa). O kit foi lançado com opções para aviões da TWA (anos 60), Lufthansa (anos 70), CP Air, Delta e outros, alguns dos quais vistos abaixo. Este kit é uma raridade absoluta!