 Última atualização: 22.03.2003 
O kit do 727 na escala 1/144 é lendário. Foi produzido em muitos lugares no mundo e em nosso país, dos anos 70 até o final dos anos 80, sempre era possível encontrar uma versão para venda nas lojas de brinquedo. Na realidade, um 727-100 da Revell nas cores da Transbrasil foi meu primeiro kit. Conheça abaixo um pouco da história e do kit, hoje raridade!
A Revell, desde a década de 70, produziu um 727-100 que teve diferentes versões de várias empresas aéreas, graças as suas divisões e associadas pelo mundo. Com exceção das maiores superfícies de controle, todos os detalhes no kit Revell consistem em linhas de alto relevo e rebites. Como muitos destes detalhes se perdem quando o kit é lixado, é melhor remover todos eles para depois fazê-los em baixo relevo, o que é um trabalho demorado. As janelas, como era comum nos kits dos anos 70, são feitas em baixo relevo nas metades das fuselagens e o para-brisas não tem peça simulando vidro, mas é feito apenas pelas molduras, um pouco grossas em relação as verdeiras. As asas do kit são boas, melhores que as da Airfix para este modelo, tanto nas formas quanto em sua engenharia. Apenas a seção interna é dividida em metades, deixando uma faixa longitudinal para se colocar massar e lixar. Os atuadores dos flaps detalhados e os encaixes (por slots) nas asas, funcionam muito bem. A única parte ruim nas asas deste kit são que os detalhes possuem alto relevo, incluindo aí os flaps krueger, que precisarão ser refeitos.
A fuselagem do kit também é melhor em formas que a da AIRFIX, sendo uma quase perfeita miniaturização das plantas oficiais da Boeing e um trabalho respeitável, principalmente se levarmos em conta a idade deste modelo. Todas as portas de passageiros e carga são moldadas na posição fechada, porém os detalhes em alto relevo somem e terão de ser reescritos após a lixagem do kit. Como o Airfix, o "tail bumper" e a escada de cauda podem ser montados baixados e a boa notícia é que a escada da Revell possui todos os detalhes aceitáveis na escala para os trilhos originais. Porém, os anteparos dentro da fuselagem não existem e devem ser colocados pelo modelista. Os estabilizadores são o segundo ponto fraco no kit da Revell, após os detalhes em alto relevo. Os horizontais são montados em uma única peça no topo do estabilizador vertical, precisando de bastante lixagem e paciência, além de causar problemas para a aplicação de decais de certas companhias aéreas, se suas pinturas forem até o topo da cauda. Ao contrário, os estabilizadores horizontais do kit AIRFIX são de encaixe, deixando o estabilizador vertical livre para a pintura e a colocação de decais, podendo ser acrescentados após o término do kit. 
O kit tem os motores nº 1 e nº 3 (laterais) em forma correta, com os pilones moldados junto as naceles. O único problema notado é que eles parecem um pouco menores que o ideal para a escala. O exaustor central é feito em uma única peça e parece real. Como o kit é da década de 70, não possui os reversores do tipo "cascade", e por isto, a tela que eles possuem devem ser feitas em decal ou escritas no plástico se o avião desejado for de anos posteriores. As portas do trem principal são bem ruins, mas o trem de pouso é um pouco melhor, com pneus e as rodas de tamanho adequado, apesar de sem detalhes (em especial os "chin vanes" nos pneus dianteiros). Todas as portas são separadas e não se fixam bem na fuselagem, portanto, prepare-se para ter trabalho. Por outro lado, estas portas separadas são um bom ponto de partida para um diorama de avião em manutenção ou um 727 "sujo". As antenas moldadas no kit são muito grossas, substitua-as por outras, mais finas. O kit faz uma boa réplica do 727-100 e se você tiver paciência de tirar os desproporcionais rebites para refazer os detalhes, apesar de trabalhoso, terá um belo 727-100.
Este kit foi moldado em várias cores em nosso país (eu mesmo tive três diferentes: prata, cinza e branco), sendo vendido aqui inicialmente com decais da Cruzeiro na pintura antiga e depois a nova, além da TransBrasil nos anos 80. Aliás, comentou-se na época que a Cruzeiro havia comprado 5.000 kits do lançamento inicial da Revell (ao preço de Cr$ 38,00), que representava o 727 prefixo PP-CJE, mas tinha na caixa (vista abaixo) uma foto do PP-CJF.
As instruções abaixo são do meu primeiro kit de 727. Repare nas etapas de montagem do avião. 
 
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