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Transbrasil

Última Atualização: 10.12.2006

A HISTÓRIA DA TRANSBRASIL


Fundada como Sadia em 1955 por Omar Fontana, a empresa iniciou suas operações com DC-3 e destinava-se principalmente a melhorar a distribuição do negócio da família, o frigorífico Sadia, com sede em Concórdia, Santa catarina. As operações começaram em 1956 com um DC-3 voando entre São Paulo e Florianópolis, via Joaçaba e Videira. Em 1957 formou uma aliança com a empresa Real Aerovias, expandindo sua rede de serviços para o Rio de Janeiro e Porto Alegre, introduzindo também os Curtiss C-46. No mesmo ano em que a Real faliu, 1961, a Sadia adquiriu a TAS, uma empresa pequena em Salvador, voando suas rotas com doze Dc-3 e três C-46. Em janeiro de 1965, encomendou cinco Handley-Page Heralds para substituir os DC-3 e, pouco tempo depois, estes também foram substituídos pelos primeiros jatos da empresa, os BAC 1-11, encomendados novos em 1969 e que entraram em operação em 1970, com grande publicidade, recebendo a denominação de Jatão na companhia. Em 1972, a empresa mudou de nome, passando a se chamar Transbrasil, e neste ano encomendou seis EMB-110 bandeirante, para uso em suas rotas de menor densidade. Em 1973, sob clara influência da norte-americana Braniff, iniciou o uso de um revolucionário esquema de cores no Brasil, com cada avião pintado em cores diferentes e representando as riquezas naturais de nosso país. Os aviões passaram a ser figuras tradicionais em nossos aeroportos e a empresa se notabilizou pela ousadia de seu marketing.

Em 1974 introduziu o Boeing 727, que substituiu gradualmente os seis EMB-110, três Heralds e sete BAC 1-11s, quando a empresa passou a operar também um sistema de rotas noturnas para os Correios que deu um grande impulso ao seu desenvolvimento. Omar Fontana quis comprar nesta época o Airbus A300, para usar os porões e transportar carga, mas não obteve autorização para sua compra. Os Bandeirante foram para a Nordeste, uma das novas regionais criadas em meados dos anos 70 e no final dos anos 79 a empresa aposentou seu último One-Eleven, ficando com uma frota composta somente de Boeings 727-100 (a maior da América do Sul), todos pintados com seu novo esquema "Arco-Íris". A empresa chegou a cogitar a encomenda de modelos 727-200, mas desistiu no início dos anos 80, preferindo os novos modelos da Boeing que ainda estavam nas pranchetas de desenho: o Boeing 757 (com nove encomendas) e o Boeing 767 (com três encomendas). Logo depois, problemas financeiros levaram ao cancelamento das encomendas dos 757, sem que nenhum fosse construído para ela, mas manteve-se a compra dos Boeing 767-200, que começaram a ser entregues em meados de 1983, possibilitando a criação de rotas para o exterior, em especial para os Estados Unidos. Em meados da década de 80, a empresa também adquiriu o modelo Boeing 707 de segunda-mão, passando a utilizá-los em serviços de carga e, eventualmente, de passageiros. No final dos anos 80, entretanto, os modelos 707 e 727 foram retirados de serviço, sendo substituídos por Boeings 737-300 e depois, 737-400, tendo sua frota composta em 1990 por três 767, três 707 (na subsidiária Aerobrasil) e quinze 737-300 e 400, estes alugados.

Expandindo suas rotas, a empresa passou a voar para Washington, além dos vôos para Miami e Orlando, passando depois a operar rotas para a Europa, entre elas para Portugal (Lisboa) e Buenos Aires (Argentina). Em 1998, a empresa adotou mais um esquema de pintura, alterando o visual e seu logotipo, em uso há 18 anos. Problemas na empresa, em especial após o afastamento por motivos de saúde de seu presidente, Omar Fontana, levaram a uma situação econômica delicada e a conversas envolvendo sua fusão com a TAM, o que não ocorreu, ficando as duas empresas apenas com um acordo de cooperação entre suas operações, suspenso no final de 2000, quando morreu Omar Fontana. A empresa iniciou um programa de recuperação de suas operações em 1999, transportou 2.692.546 passageiros, com índices de aproveitamento de 51% em seus vôos, que incluiam três destinos internacionais e 22 no Brasil, com uma frota de modelos 737 (300 e 400) e 767 (200 e 300). Porém, novamente por problemas administrativos, a empresa continuou a ser sucateada, perdendo aeronaves por falta de pagamento e sofrendo inclusive pedidos de falência na Justiça, além do arresto de aeronaves, deixando de pagar salários a seus funcionários e cancelando rotas. O quadro foi se agravando até que, no início de 2002, teve suspenso o fornecimento de combustíveis, paralisando suas atividades em janeiro. Foram feitas várias tentativas de recuperar a empresa, envolvendo governo e empresários credores, o que incluiu várias tentativas fracassadas de passar o controle acionário da empresa para outras pessoas, todas fracassadas. Sob suspeitas graves de malversação de recursos da empresa, o DAC suspendeu as autorizações de vôo da empresa em fins de janeiro e seu futuro é incerto.


O BOEING 727 NA TRANSBRASIL


Em 1974 a Transbrasil recebeu seu primeiro 727-100, chegando a ter 22 aeronaves deste tipo, sendo considerada a maior operadora de jatos 727 em toda a América do Sul. Seus 727 tinham o apelido de Trijatões e formaram a espinha dorsal da frota, realizando a partir de outubro de 1974, a Rede Postal Noturna, em contrato com os Correios, que faziam os 727 da empresa operar durante o dia com configuração de passageiros (117 lugares) e, durante a noite, como cargueiros, transportando malotes postais. Esta conversão rápida era possível graças aos modelos C (Combi - 04 unidades) e QC (Quick Change - 06 unidades) operados. Os 727-100QC tinham um kit desenvolvido pela Boeing, que permitia a retirada (por trilho até a porta lateral de carga) de todos os assentos, galleys e lavatórios, na ordem correta em apenas alguns minutos. Com a Rede Postal Noturna, vários 727 eram usados 24 horas por dia, com uma das mais altas taxas de utilização deste modelo no mundo, à época. Uma encomenda de 727-200 Advanced foi cogitada, mas a empresa preferiu manter os 727-100 em uso e trocá-los diretamente por modelos de nova geração. No final dos anos 80, mais precisamente em 1989, a empresa vendeu seu último 727, passando a operar com Boeings 707, 737 e 767.

Os 727 da Transbrasil são famosos em nosso país por serem coloridos, primeiro lembrando a Braniff, com esquemas em duas cores e depois como um arco-íris. A empresa do comandante Omar Fontana, ele próprio um revolucionário na indústria aeronáutica brasileira, sempre inovadora. O primeiro sistema de pintura era intitulado "Energia Colorida" e nele cada aeronave representava diferentes modalidades de obtenção de energia. Assim, tivemos a Energia Petrolífera homenageada no PT-TYU, a Energia Solar no PT-TYT, a Energia Solar II no PT-TYR, a Energia Eólica no PT-TCA e a Energia Cinética no primeiro esquema do PT-TYS. As pinturas mudavam sempre e apenas o primeiro 727 da empresa, o PT-TCA, ostentou nada mais nada menos do que 5 pinturas diferentes nos oito anos em que voou pela a empresa. Em 1978 começaram a surgir os primeiros 727 pintados no novo esquema, conhecido como Arco-Íris. Isso aconteceu, segundo Gianfranco Betting (ex-diretor da empresa e entusiasta da Transbrasil), com a chegada do PT-TYM em setembro de 1978. Segundo ele, "Omar resolveu colocar 'todo o espectro solar' em cada avião. Encomendou à sua house-agency, Intermarket, o novo visual. Inicialmente, a pintura contemplava uma fuselagem bege (escolha do próprio Omar) e as cores do arco-íris na cauda. Aplicadas pelos pintores da empresa, estes tentaram, sem sucesso, misturá-las em suaves passagens umas às outras, utilizando somente a pistola de pintura. Esta pintura acabou tendo um caráter experimental: o resultado deixou muito a desejar."

Após a pintura do PT-TYM neste padrão, resolveu-se que o esquema precisava ser melhorado e assim, os designers da Intermarket foram acionados mais uma vez para encontrar uma solução que foi logo posta em prática: a aplicação de listas claramente definidas, com diferentes larguras, criando de longe um efeito de fusão cromática-exatamente como fizera a Air France alguns anos antes. Aliás, essa semelhança com a pintura da Air France foi motivo até mesmo de uma nota da revista Flap Internacional na época. A fuselagem também foi modificada e do bege, mudou para um branco profundo e que contrastava com o arco-íris da cauda, tornando a empresa brasileira mundialmente conhecida pelas suas cores. Cada aeronave ainda tinha os logotipos da empresa, detalhes das portas e asas pintados nas diversas cores do arco-íris, execeto o amarelo, que ficaria muito apagado. Assim, tivemos quatro aeronaves de logotipo e asas em vermelho (TCH, TYI, TYP e TYU), cinco em verde (TCA, TCE, TCG, TYN e TYQ), três em violeta (TCI, TYM e TCD), quatro em laranja (TCB, TCF, TYR e TYT), quatro em azul médio (TCC, TYH, TYO e TYS) e três em azul claro (TYJ, TYK e TYL). A fuselagem também sofreu uma sensível alteração: passou a ser pintada num tom quente de branco (a Boeing possui mais de trinta tipos diferentes de cor branca para escolha de seus clientes), ao invés de bege. O PT-TYO foi pintado por pouco tempo, exeprimentalmente, na cor ocre, sendo depois pintado em azul médio.

Este esquema de cores permaneceu nem uso até 1998, quando o último esquema, nunca usado em modelos 727, foi implementado. Porém, desde 1986 algumas variações foram utilizadas, em especial nos modelos 737 e 767, pois as asas pararam de ser pintadas nas cores do logotipo, por medida de economia. Na sequência, em 1990, apenas o azul médio (conhecido na Transbrasil como Azul Índigo) passou a ser a cor oficial da empresa e todos os aviões daí em diante passaram a ter logotipos, portas e marcas apenas nesta cor. Por iniciativa de Gianfranco Betting, em 1995, o tom quente de branco (que parecia sujo com muita facilidade) foi substituído por outro, no mesmo padrão da Lufthansa. Se quiser saber mais sobre os esquemas de pintura da empresa, visite o excelente Jetsite e confira duas matérias especiais intituladas As Cores da Transbrasil, de autoria de Gianfranco Betting. Se preferir, use o link direto para a Parte 01 e para a Parte 02.




Prefixo
Serial/Line #
Modelo
Entrega
Observações
Cor (Arco-Íris)
PT-TCA
19136 (0314)
727-21C
27/09/66
Desativada
VERDE
PT-TCB
19137 (0316)
727-21C
07/10/66
Desativada
LARANJA
PT-TCC
18844 (0171)
727-77
20/08/64
Desativada
AZUL MÉDIO
PT-TCD
18744 (0086)
727-77
01/11/64
Desativada
VIOLETA
PT-TCE
18743 (0078)
727-77
29/09/64
Desativada
VERDE
PT-TCF
18742 (0081)
727-76
28/10/64
Desativada
LARANJA
PT-TCG
19136 (0314)
727-21C
27/09/66
Desativada
VERDE
PT-TCH
19088 (0365)
727-22
02/07/67
Desativada
VERMELHO
PT-TCI
19140 (0369)
727-22
02/12/67
Desativada
VIOLETA
PT-TYI
19827 (0527)
727-185C
20/02/68
Desativada
VERMELHO
PT-TYH
19497 (0429)
727-27C
30/06/67
Desativada
AZUL MÉDIO
PT-TYJ
19393 (0401)
727-191
19/04/67
Desativada
AZUL CLARO
PT-TYK
19499 (0444)
727-27
08/10/67
Desativada
AZUL CLARO
PT-TYL
19501 (0453)
727-27
31/08/67
Desativada
AZUL CLARO
PT-TYM
19500 (0448)
727-27
14/08/67
Desativada
VIOLETA
PT-TYN
19243 (0273)
727-162
20/05/66
Desativada
VERDE
PT-TYO
19116 (0330)
727-27C
04/11/66
Desativada
OCRE
PT-TYO
19116 (0330)
727-27C
04/11/66
Desativada
AZUL MÉDIO
PT-TYP
19113 (0310)
727-27C
14/09/66
Desativada
VERMELHO
PT-TYQ
19110 (0283)
727-27C
24/06/66
Desativada
VERDE
PT-TYR
18794 (0099)
727-78
21/12/64
Desativada
LARANJA
PT-TYS
19111 (0297)
727-27C
14/08/66
Acidentada
AZUL MÉDIO
PT-TYT
19112 (0299)
727-27C
26/08/66
Desativada
LARANJA
PT-TYU
19109 (0271)
727-27C
27/05/66
Desativada
VERMELHO


Para mais fotos de aviões desta empresa, veja a seção FOTOS BRASILEIRAS